quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Impactos da ética no século XXI.

As revoluções na informática, robótica, micro-eletrônica, biotecnologia, genética, comunicações e outros campos têm criado possibilidades econômicas inéditas.
Ao mesmo tempo, trinta mil crianças morrem diariamente devido à miséria, oitocentos milhões de pessoas estão desnutridas, tres bilhões são pobres.
A polarização social tem alcançado indices absurdos. As tres pessoas mais ricas do mundo tem patrimonio maior que o PIB dos 49 países mais pobres. A América Latina, região de excepcional potencial econômico, rica em matéria-primas estratégicas, fontes de energia baratas e terras férteis, é vista hoje como a terra da pobreza e desigualdade. Sessenta por cento das crianças são pobres, 36% dos menores de 2 anos estão desnutridos, 1/3 da população não tem água potável.
JuntO a estes paradoxos extremamentes impactantes, a sensação que o grande filósofo canadense Charles Taylor denomina de "o desencanto do mundo" se espalha entre as novas gerações.
A atual sociedade consumista, voltada aos bens materiais, à concorrência feroz para alcançar melhores posições, à luta pelo dinheiro e poder, gera uma sensação de solidão, que Victor Frankl chamou de um dramático "vácuo dos sentidos".
As respostas a estes graves problemas não parecem claras. Cresce o ceticismo sobre até onde pode chegar uma globalização repleta de oportunidades tecnológicas, mas totalmente carente de um código ético que a oriente.
Neste contexto, algumas propostas éticas estão sendo retomadas como referência e orientação, por organismos internacionais, ONGs e movimentos que visam um mundo melhor.
Um princípio moral básico é o de que somos responsáveis uns pelos outros, Nossa época caracteriza-se por altas doses de egoísmo, daqueles que tem face aos que não têm , e de insensibilidade.
O secretário geral da ONU, exigiu que o mundo supere a indiferença diante da morte de milhões de pessoas nos últimos anos por Aids, determinou que é imprescindível voltarmos a ser responsáveis uns pelos outros.
A pobreza não um problema apenas dos pobres, mas de todos. Para que não haja pobres, a sociedade deve tomar algumas medidas com mais vigor.
O grande movimento mundial vigente pelo perdão total ou parcial da dívida dos países mais pobres do mundo, encabeçado pelo Papa João Paulo II, apoiou-se na mensagem intitulada "Movimento do Jubileu".Em recente pesquisa realizada pelo Banco Mundial, sessenta mil pobres de todos os continentes disseram que o que mais lhes dói é o desprezo, o fato de serem tratados como pessoas inferiores.
Uma determinação de se escutar e respeitar o pobre está sendo um eixo para a ação dos organismos internacionais.
Como ajudar o desfavorecido? Esse tema, discusão permanente nos organismos internacionais, foi analisado por Maimônides no século XII. O genial sábio identificou oito níveis sobre "a ajuda".
O nível inferior é quando ajuda-se alguém de má vontade; A segunda categoria é quando aquele que ajuda e aquele recebe desconhecem um ao outro; neste momento, o anonimato que protege a dignidade do pobre é completo. No entanto no nível mais alto de todos, a melhor ajuda que alguém possa dar, é aquela que fará com que o necessitado não volte mais a precisar dela. Hoje, na ONU e nos principais organismos em prol do desenvolvimento, procura-se que os projetos tenham orientaçao no sentido de que haja sempre esta auto-sustentaão enfatizada por Maimônides.

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